terça-feira, 27 de outubro de 2009

O último (antes dos 22)

Você não acreditava. Não mesmo. Alguém querendo se aproximar rápido demais e você simplesmente não acreditava, o Schettini ainda avisava. Colocou todos os obstáculos na frente, te avisaram que não valia a pena, aí você fechou todos os zíperes do sentimento e não deixou ninguém passar dali. E esse alguém ficou do outro lado, às vezes sussurrando palavras de conforto, às vezes gritando coisas sem nexo... mas coisas da vida (e a gente nunca sabe se vai ou se fica). E esse alguém se deixou entrar pelos buracos das feridas e foi cuidando de tudo aquilo.

Você sabia ler as suas entrelinhas, sabia cada centímetro daquele silêncio dela (ainda que preferisse o contrário). Você tentou fazer dar certo, compartilhou as suas músicas preferidas, o que se passava dentro da sua casa, a sua nostalgia, as suas leituras... e se viu presenteado em ter alguém que pudesse chegar perto do que você sempre precisou.

E depois esse alguém sumiu, achou outras brechas, outros motivos. Você deve tê-la perdido em algum dos seus silêncios, talvez num daqueles em que se perdeu também. Você agora parafraseia o Rodrigo Amarante, afinal Se ela te fala assim com tantos rodeios, é pra te seduzir. E te ver buscando sentido naquilo que você (não) ouviria displicentemente. Se ela te fosse direta, você a amaria ainda mais.

Feche as suas páginas, esse marejar está raso mas afoga e rasga. Ela é mais sentimental que você, então fica bem se tu ESPERAS um pouquinho mais.

Amanhã, 22 anos. Trate de amanhecer um TANTO BEM MAIOR. Desejo toda a felicidade do mundo, Brugger



" E os seus olhos,
E os seus olhos já não estão rasos d'água!"

Amor,

Andrey.

* Tem muito da arte do solilóquio ai.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. "Amigo, não vai se entregar. Eu sei que está ruim de aguentar. Mas Deus - e eu - está(ou) aqui pra ajudar. Não deixe esse barco afundar. Eta vida, eta vida do Cão!"
    Contigo, e não abro. ;)

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